O corpo da adolescente, 16 anos, grávida de nove meses, foi encontrado ontem (13), em uma cova rasa no quintal de uma residência, localizada no Jardim Florianópolis, em Cuiabá. Emilly Azevedo Sena desapareceu na manhã de quarta-feira (12), em Várzea Grande, após ser atraída, por meio de rede social, por uma mulher que havia prometido doar roupas para o bebê.
Quatro pessoas foram detidas, entre elas, um casal identificado como sendo Christian Cebalho e Nataly Pereira, ambos 25, além de dois homens que estavam no imóvel onde o corpo da menor foi localizado.
Conforme a polícia, a adolescente tinha um corte extenso no ventre e uma marca no pescoço indicando sufocamento por meio de fio de internet. Também havia uma sacola plástica no local. A suspeita é de que primeiro os suspeitos tiraram a vítima do seu estado de consciência para realizar o parto forçado e retirar o bebê.
A crueldade dos criminosos assustou até mesmo os policiais que atenderam a criança. A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga a destinação real da criança.
DESAPARECIMENTO - Conforme informações da polícia, Emilly Sena saiu de casa, que fica Bairro Eldorado, após avisar a família que estava indo para Cuiabá buscar doações de roupa. A jovem contou que ia até a residência de uma mulher para buscar as doações. Porém, ela não retornou para casa e não deu mais notícias.
Segundo familiares, o celular da garota estava o tempo desligado. Desde que o desaparecimento chegou ao conhecimento da polícia, o Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP entrou em diligências.
Mensagens enviadas para o celular da garota mostram que ela foi atraída pela mulher que dizia que trabalhava em um condomínio onde residiam pessoas ricas e que se precisasse pagava um carro de aplicativo para que a vítima fosse até o Jardim Florianópolis e pegasse as roupas doadas.
À imprensa, a mãe da adolescente, Ana Paula Meridiana, contou que a filha conheceu a suspeita pelo Instragram. “A mulher marcou o lugar, pagou o Uber para ela ir, ela foi e não voltou mais”, contou.
TENTATIVA DE REGISTRO - O corpo de Emilly Sena foi encontrado após a mulher dar entrada no Hospital e Maternidade Santa Helena dizendo ter dado à luz em casa e queria registrar o recém-nascido ainda com cordão umbilical. No entanto, a situação levantou suspeitas dos profissionais de saúde da unidade hospitalar. A mulher estava acompanhada do marido.
Conforme as informações, uma equipe da Polícia Militar foi acionada por volta das 21 horas para atender a ocorrência no hospital. Aos policiais, profissionais da unidade contaram que o casal chegou com o bebê no colo dizendo o parto teria ocorrido em casa.
Nisso, a mulher e a criança foram acolhidas pelos profissionais e levadas para exames. Contudo, a suposta mãe recusou a fazer os exames necessários e, somente após, permitiu a realização de exames, que mostraram que a mulher não estava no período puerpério.
O resultado do exame de sangue chamou atenção da médica já que não correspondeu com uma gestação. Também foi verificado que ela não estava produzindo leite materno. Diante da suspeita a polícia foi acionada.
Os suspeitos foram encaminhados para a Central de Flagrantes na Capital. Já criança ficou internada na unidade médica. Exames periciais devem ser realizados para confirmar se a criança, que ava bem, é da adolescente morta.
